O "Ernestão"

Na variada carreira de Ernesto Neves , uma categoria estava ainda em falta : os "stock cars", uma fórmula criada nos Estados Unidos e que tem como base a utilização de veículos de série , ainda que estes depois cheguem às pistas profundamente transformados . A oportunidade de "Nené" preencher esta lacuna chegou em 1982 , quando "PêQuêPê" decidiu participar no campeonato brasileiro da modalidade e gostou tanto que , mais tarde, convidou um grupo de amigos a participarem numa das provas , disputada em Jacarepaguá , no estado do Rio de Janeiro . Entre eles encontravam-se o "reformado" Ernesto Neves , Mário Silva e "MêQuêPê", todos figuras de primeiro plano da cena automobilística portuguesa de então .  Para completar a experiência , os portugueses conseguem convencer os promotores do campeonato a organizarem um prova em Portugal , no Estoril , operação que comportava uma  grande dificuldade logística uma vez que estes carros funcionavam com motores a álcool , combustível que não era ( nem é ) produzido no nosso país .
 No dia 25 de Abril de 1982 disputa-se a corrida de Jacarepaguá , perante mais de 40 mil pessoas . Os portugueses , com excepção de Mário Silva , tinham carros pouco competitivos e isso notou-se nos tempos modestos que obtiveram nos treinos . A 5ª volta revelou-se fatal , quando Ingo Hoffman viu o motor do seu carro explodir , enchendo a pista de óleo , facto que provocou várias despistes , entre eles os irmãos "QuêPê" . "Nené" consegue passar incólume através da "molhada" mas , logo a seguir , fica sem caixa de velocidades . Mário Silva viria a salvar a honra do grupo , terminando num honesto 8º lugar na prova , que seria vencida por Paulo Gomes , o "Paulão" .
"MêQuêPê" aprova o nome "Ernestão" inscrito no carro patrocinado pela TAP 
Os irmãos "QuêPê" e Ernesto Neves , nas boxes
"Ernestão", o stock car e as meninas

Diana Monte Real e "Nené"  junto do Opala , no Autódromo do Estoril

1 comentário:

DUARTE CANCELLA disse...

Não se podem perder as muitas e magnificas histórias que este senhores, grandes senhores têm para contar. O Nené Neves, que sempre fui seu fã, e agora tenho o prazer da sua simpatia, é um dos pilotos de Ouro do automobilismo nacional (e ultramarino!) espero ter uma oportunidade para saber algumas das suas mais divertidas peripécias, UM abraço do Duarte Cancella de Abreu.