Em Junho de 1990, a revista inglesa Thoroughbred & Classic Cars publicou um curioso texto sobre os Lotus 62, ilustrado com a imagem que aqui se junta. Graham Arnold, o Presidente do Clube Lotus, faz o seguinte comentário:
"Colin Chapman pediu a Jim Endruweit para levar um chassis de Lotus 47 para as instalações do Team Lotus. De seguida, foram criados dois protótipos sem recurso a quaisquer desenhos ou planos, tendo apenas como referência a base do 47. Em ambos os chasssis foram instalados motores Lotus LV/240 de 16 válvulas, construídos a partir de blocos Vauxhall. Lembro-me que quando os carros começavam a ganhar forma, de cada vez que eram testados regressavam à base para colocarem mais um conjunto de apêndices aerodinâmicos destinados a manter a estabilidade do conjunto. Mais tarde, os dois Lotus 62 foram entregues a John Miles e Brian Muir, que com eles participaram em várias provas, sem grande sucesso. John Miles dizia que, em relação à potência disponível, este era um dos carros mais lentos em linha recta que alguma vez tinha conduzido e que, provavelmente, todo o conceito da parte frontal estaria errado, uma vez que este Lotus tinha uma incontrolável tendência para levantar voo".
No final do texto, Graham Arnold assegura que o chassis T62/01 estava nos EUA, enquanto que o T62/02 tinha sido vendido para uma colónia portuguesa em África (Angola) e estaria agora de volta a Portugal.
Esta versão é confirmada por Ernesto Neves, que voltou a ser proprietário do carro pouco depois do seu regresso a Portugal, na década de 70, e o manteve até 1995, altura em que o Lotus 62 foi vendido para o Japão.
Na imagem, obtida no Hipódromo de Cascais, é o cavaleiro olímpico António Vozone quem voa por cima do Lotus 62.